quinta-feira, 23 de julho de 2009

Desânimo prolongado pode ser sinal de distimia.


"Tristeza não tem fim, felicidade, sim..." Esse famoso verso da bossa nova composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes podia ser a trilha sonora da distimia, doença definida pelos psiquiatras como transtorno de humor acompanhado de depressão leve e crônica, com dois ou mais anos de duração.

Apesar de não ser uma depressão grave, habitualmente a distimia aparece associada com outros tipos de problemas de personalidade. Os mais comuns: desânimo para fazer atividades que gostava de fazer, tristeza e irritabilidade sem causas aparentes.

Como tais características podem ser confundidas com o jeito de ser da pessoa, o doente, em geral, só toma consciência da distimia depois que outras doenças associadas se manifestam, como a depressão aguda, alterações de sono e de apetite.

"Se a pessoa tem uma tristeza que considera exagerada, se sente um extremo desânimo e isso está perturbando os acontecimentos normais do dia-a-dia, como trabalho e relações sociais, e trazendo um sofrimento psicológico significativo, uma dor grande na alma, tem de procurar uma consulta médica", afirma o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, chefe da disciplina de Psiquiatria Clínica da Unifesp (Universidade Federal de SP).

Para combater a "dor na alma", o tratamento consiste, basicamente, em remédios antidepressivos acompanhados de psicoterapia.

Os psiquiatras estimam que de 3% a 6% da população mundial possa ser vítima da distimia. Não há uma única causa para o aparecimento da distimia. Os fatores hereditários, como em outras doenças psiquiátricas, e psicossociais são possíveis fontes que contribuem para o surgimento.

Texto de Fábio Mazzitelli - Folha On line

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